Foi um jogo com pouca história e com muitos golos. Os encarnados foram superiores e garantiram a primeira goleada da temporada
Aos 40 m, todo o estádio viu um Jorge Jesus aos saltos, irritado, zangado com os jogadores. Quem entrasse na Luz naquela altura perguntar-se-ia se os encarnados estariam a perder. Mas não, venciam e encantavam. O resultado marcava 5-0, mas Jesus queria mais. Ou melhor, pedia o que até ali existiu: intensidade e qualidade.
Do outro lado estava um V. Setúbal muito verde, composto na maioria por ex-jogadores de equipas secundárias, sem experiência e maturidade. Só aos 22 m fizeram o primeiro remate e inofensivo. Os sadinos não conseguiam sair a jogar, não faziam a transição defesa–ataque. O Benfica tinha claros méritos, fruto da intensa pressão que fazia desde a área adversária.
Foi um jogo que deu para tudo. Para comprovar que nas bolas paradas os encarnados são fortíssimos, com mais quatro golos (como os outros três marcados na Liga até então), que afinal Cardozo continua a saber marcar penáltis, e que Aimar é de classe mundial. Ontem, por tudo o que fez, a defender, a construir, a atacar, a pressionar e, sobretudo, pelo golo fenomenal aos 34′ quando se desenvencilhou de três jogadores (o último a fazer a bola passar por cima de Zarabi) antes de, tranquilamente, fazer passar a bola por baixo de Felgueiras.
Após o intervalo, quando subiram ao relvado, e ainda antes do apito para o reinício, Jesus ordenou que fossem distribuídas bolas aos jogadores. Queria que a intensidade, apesar dos 5-0, fosse igual. Infelizmente para os adeptos, que viram um grande espectáculo dos encarnados na primeira parte, o “recado” não passou por completo. Foram até os visitantes que começaram melhor, muito por culpa da reorganização táctica sadina, de 3x4x3 para 4x3x3, e da entrada de Luís Carlos que deu maior vivacidade ao ataque, mas aos 56 m falhou escandalosamente uma oportunidade de ouro.
O Benfica parecia adormecido, pois os três pontos já não escapavam. Jesus percebeu e meteu em campo Fábio Coentrão, que tem provado o porquê de fazer parte do plantel. Desta vez, o técnico não fez sair Di María e este “agradeceu” com dois passes para golo. Primeiro num canto e depois num passe magistral, Cardozo aproveitou os dois e fechou o hat-trick.
No fim apareceu Coentrão. Fugiu pela esquerda, cruzou para um cabeceamento exemplar de Nuno Gomes. Estava feito o 8-0. Um erro de Quim e David Luiz, já na compensação, fez com que Hélder Barbosa salvasse a honra sadina.
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